quinta-feira, 30 de abril de 2020

IMPACTOS DA PANDEMIA COVID-19


IMPACTOS DA PANDEMIA COVID-19

2020, o mundo assistiu, incrédulos, a uma doença desconhecida surgida na China. A grande maioria dos países, sem conhecimento maior, entendia que seria um caso isolado e que não iria ter consequências graves. Todos se enganaram, não acreditaram no pior e ela chegou devastando, contaminando e provocando uma quantidade assustadora de mortes. Nação alguma preocupou-se em se precaver e se preparar para a tragédia, catástrofe. Quando se aperceberam, já era meio tarde para o controle efetivo.
Diante desse quadro lastimável, os impactos surgiram e trouxeram mudanças de comportamentos nos setores da economia, saúde, negócios, trabalhos, empregos, familiar; enfim uma cadeia produtiva foi abalada e a população, inicialmente, compreendeu que seria rápida e tudo voltaria à normalidade. Passados 1,2,3 e tantos meses, não houve sinal de como e quando cessaria a destruição causado por esse vírus, ainda sem medicamento ou vacina eficazes que combatia esse “mal do século”.
Impacto na economia: paralisou os mercados internacionais e nacionais; China, grande exportadora deixou de enviar insumos ao mundo, países dependentes de matéria-prima passaram a ter dificuldades no mercado interno; assim evoluiu o quadro conforme a COVID-19 avançava pela Europa, chegando aos EUA, o caos estava instalado. Isso só traria recessão a curto prazo sem previsão de retomada, pouca produtividade, mercados fechados, preços instáveis.
Impacto na saúde: nações sem estrutura sanitária, sistemas de saúde precários ou com sérios desafios ficaram à mercê da doença, reféns dela e ao mesmo tempo buscando alternativas paliativas para retardar ou contaminar aos poucos para não resultar em colapso no setor. Falta de materiais para prevenção (EPI), materiais hospitalares, leitos UTI, respiradores fizeram o possível para não termos níveis altíssimos de mortalidade, porém inevitável pela situação.
Impacto na vida social: um fator emergencial para o controle do avanço de contaminação foi isolamento social/distanciamento. Isso provocou mudanças comportamentais de imediato, “fique em casa”, para muitos trouxeram resistência e o fato de doenças psicossomáticas começaram a surgir devido ao transtorno do hábito familiar à adaptação da nova realidade. Novas formas de relação no trabalho, na família, no meio social distanciaram e ao mesmo uniram situações até então não experimentadas e vividas.
E o Brasil? Crise de identidade, de política social, política de estado, da economia, da saúde.
Houve uma vacilo enorme das autoridades máximas em compreender a extensão das consequências gravíssimas que o Mundo estava passando, entendendo que nosso Brasil não seria afetado. Mas, ela chegou e despreparado, foi sendo “montando” algo emergencial. Sistema de saúde debilitado, buscou-se o isolamento horizontal social para retardar a contaminação de pessoas no mesmo momento; houve sim um resultado satisfatório, porém não escaparíamos do caos em várias cidades e principalmente em locais populosos e com maior concentração; com isso, inevitável o índice de mortes alto e desumano pelo fato de familiares nem poderem acompanhar e prestarem as últimas homenagens ao ente querido.
Seguiu-se o fechamento de comércio em geral, ficando apenas as indústrias de alimentação, alguns outros setores essenciais à sobrevivência com abastecimento. Após alguns dias, a pressão surgiu de associações de lojistas para a reabertura para que pudessem ter renda para os compromissos bancários e pagamentos a fornecedores, prestadores e colaboradores. O setor público também sofreu com a não arrecadação, pois isso desencadeou uma série de tomadas de decisões para o controle fiscal, já que todo recurso foi canalizado para a questão da pandemia da COVID-19, além da dengue e outras comorbidades do dia a dia. Para completar, o assombroso desemprego veio à tona, mais informalidade, mais problema social à vista, auxílio emergencial para suprir as carências financeiras, apenas um “socorro” para não termos uma convulsão social.
Associada a toda essa adversidade no campo da economia, saúde, social, tivemos que conviver com a situação política em que o Executivo apresentou dificuldades nas relações com alguns Ministros de Estado devido aos trabalhos e as conduções de política de governo para a sociedade, quando deveria ser política de Estado num momento tão delicado pelo que a Nação estava enfrentando. Isso contribuiu para a conjuntura ficar pior, com a sensação de mais insegurança ao povo.
Ainda não acabou os efeitos da doença, não se tem previsão alguma e ao mesmo tempo, os fatos diários mostram total “bagunça” na questão econômica, social e política do Brasil.
Vamos esperar que tudo se resolva e se busque a resolutividade, equilíbrio pensando na coletividade, na maioria da população desamparada, receosa, insegura para que possamos retomar a vida com serenidade, compreendendo que o mundo e a forma de relações devem ser reorientadas, repensar em valores que foram “esquecidos” devido à presença da tecnologia e “correria” do trabalho, ter um novo olhar ao consumismo desenfreado, inutilista e ressignificar o “estar no mundo”.
Professor Roberto Mitsuru Tsunokawa em 29 de abril de 2020, breve reflexão desses dias tão conturbados, neurose para muitos, depressivo para outros e a vida continua para outros tantos....