IMPACTOS
DA PANDEMIA COVID-19
2020,
o mundo assistiu, incrédulos, a uma doença desconhecida surgida na China. A
grande maioria dos países, sem conhecimento maior, entendia que seria um caso
isolado e que não iria ter consequências graves. Todos se enganaram, não
acreditaram no pior e ela chegou devastando, contaminando e provocando uma
quantidade assustadora de mortes. Nação alguma preocupou-se em se precaver e se
preparar para a tragédia, catástrofe. Quando se aperceberam, já era meio tarde
para o controle efetivo.
Diante
desse quadro lastimável, os impactos surgiram e trouxeram mudanças de
comportamentos nos setores da economia, saúde, negócios, trabalhos, empregos,
familiar; enfim uma cadeia produtiva foi abalada e a população, inicialmente,
compreendeu que seria rápida e tudo voltaria à normalidade. Passados 1,2,3 e
tantos meses, não houve sinal de como e quando cessaria a destruição causado
por esse vírus, ainda sem medicamento ou vacina eficazes que combatia esse “mal
do século”.
Impacto
na economia: paralisou os mercados internacionais e nacionais; China, grande
exportadora deixou de enviar insumos ao mundo, países dependentes de
matéria-prima passaram a ter dificuldades no mercado interno; assim evoluiu o
quadro conforme a COVID-19 avançava pela Europa, chegando aos EUA, o caos
estava instalado. Isso só traria recessão a curto prazo sem previsão de
retomada, pouca produtividade, mercados fechados, preços instáveis.
Impacto
na saúde: nações sem estrutura sanitária, sistemas de saúde precários ou com
sérios desafios ficaram à mercê da doença, reféns dela e ao mesmo tempo
buscando alternativas paliativas para retardar ou contaminar aos poucos para
não resultar em colapso no setor. Falta de materiais para prevenção (EPI),
materiais hospitalares, leitos UTI, respiradores fizeram o possível para não
termos níveis altíssimos de mortalidade, porém inevitável pela situação.
Impacto
na vida social: um fator emergencial para o controle do avanço de contaminação
foi isolamento social/distanciamento. Isso provocou mudanças comportamentais de
imediato, “fique em casa”, para muitos trouxeram resistência e o fato de
doenças psicossomáticas começaram a surgir devido ao transtorno do hábito
familiar à adaptação da nova realidade. Novas formas de relação no trabalho, na
família, no meio social distanciaram e ao mesmo uniram situações até então não
experimentadas e vividas.
E o
Brasil? Crise de identidade, de política social, política de estado, da
economia, da saúde.
Houve
uma vacilo enorme das autoridades máximas em compreender a extensão das
consequências gravíssimas que o Mundo estava passando, entendendo que nosso
Brasil não seria afetado. Mas, ela chegou e despreparado, foi sendo “montando”
algo emergencial. Sistema de saúde debilitado, buscou-se o isolamento
horizontal social para retardar a contaminação de pessoas no mesmo momento;
houve sim um resultado satisfatório, porém não escaparíamos do caos em várias
cidades e principalmente em locais populosos e com maior concentração; com
isso, inevitável o índice de mortes alto e desumano pelo fato de familiares nem
poderem acompanhar e prestarem as últimas homenagens ao ente querido.
Seguiu-se
o fechamento de comércio em geral, ficando apenas as indústrias de alimentação,
alguns outros setores essenciais à sobrevivência com abastecimento. Após alguns
dias, a pressão surgiu de associações de lojistas para a reabertura para que
pudessem ter renda para os compromissos bancários e pagamentos a fornecedores,
prestadores e colaboradores. O setor público também sofreu com a não
arrecadação, pois isso desencadeou uma série de tomadas de decisões para o
controle fiscal, já que todo recurso foi canalizado para a questão da pandemia
da COVID-19, além da dengue e outras comorbidades do dia a dia. Para completar,
o assombroso desemprego veio à tona, mais informalidade, mais problema social à
vista, auxílio emergencial para suprir as carências financeiras, apenas um
“socorro” para não termos uma convulsão social.
Associada
a toda essa adversidade no campo da economia, saúde, social, tivemos que
conviver com a situação política em que o Executivo apresentou dificuldades nas
relações com alguns Ministros de Estado devido aos trabalhos e as conduções de
política de governo para a sociedade, quando deveria ser política de Estado num
momento tão delicado pelo que a Nação estava enfrentando. Isso contribuiu para a
conjuntura ficar pior, com a sensação de mais insegurança ao povo.
Ainda
não acabou os efeitos da doença, não se tem previsão alguma e ao mesmo tempo,
os fatos diários mostram total “bagunça” na questão econômica, social e
política do Brasil.
Vamos
esperar que tudo se resolva e se busque a resolutividade, equilíbrio pensando
na coletividade, na maioria da população desamparada, receosa, insegura para
que possamos retomar a vida com serenidade, compreendendo que o mundo e a forma
de relações devem ser reorientadas, repensar em valores que foram “esquecidos”
devido à presença da tecnologia e “correria” do trabalho, ter um novo olhar ao
consumismo desenfreado, inutilista e ressignificar o “estar no mundo”.
Professor
Roberto Mitsuru Tsunokawa em 29 de abril de 2020, breve reflexão desses dias
tão conturbados, neurose para muitos, depressivo para outros e a vida continua
para outros tantos....